segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Observação visual de Meteoros - Parte I

Texto publicado originalmente no Boletim Ouranos - Ano L - Nº I, Equinócio de Setembro de 2020.


A OBSERVAÇÃO VISUAL DE METEOROS – PARTE I

COMISSÃO DE METEOROS

NÚCLEO DE ENXAMES

https://uba-meteoros.blogspot.com/


Coordenação: Diego de Bastiani

Colaboradores: Camila Vitoria Kesler Dalligna, Cristian Madoglio, Guilherme Negri, Richard de Almeida Cardial, Robert Magno Siqueira

INTRODUÇÃO


O estudo de meteoros sempre foi uma atividade de grande interesse. Hoje com todas as informações disponíveis em livros e pela internet para muitas pessoas, famílias e grupos de astrônomos amadores estão a observar o céu em busca de meteoros como uma atividade envolvente e prazerosa. A Comissão de Meteoros quer ir além da contemplação do céu. Queremos criar um movimento em que as pessoas tenham conhecimento mais aprofundado desta área, queremos que as pessoas tenham condições e orientações básicas para fazer suas anotações e registros, contribuindo com a ciência. Assim, seremos mais que contempladores, seremos cidadãos cientistas, pessoas que amam observar o céu e que contribuem com a ciência.

1. O QUE SÃO METEOROS?


Imagem 1 Leo Froes - https://leofroes.com/
Fig. 1 - Leo Froes - https://leofroes.com/
Você está olhando pela janela de sua casa ou sentado na varanda contemplando o céu e de repente viu um rastro luminoso cortando o céu e fica admirado. Desde criança ouvimos falar que esses rastros no céu são estrelas cadentes, uma estrela que caiu do céu e significa sorte, então cruzamos os dedos e fazemos um pedido.

Por muitas gerações esse o termo estrela cadente foi interpretado desta forma e os contos populares deram uma pitada de mistério. Na verdade esses traços luminosos que observamos no céu são chamados de meteoros e que em nada influenciam em nossas vidas.

Quando avistamos meteoros no céu, estamos observando um fenômeno luminoso que ocorre entre 60 e 120 km de altitude e não o objeto em si. Segundo Mourão (2004), “meteoro [...] é o fenômeno luminoso que ocorre na atmosfera terrestre, proveniente do atrito de um corpo sólido, oriundo do espaço, com os gases da atmosfera terrestre”.

Esse corpo sólido que entra na atmosfera do planeta podendo ser um detrito de um Cometa, Asteroide ou meteoroide (entenderemos essa diferença em um próximo artigo) na ordem de 1 metro a alguns microns. Eles estão em movimento no espaço com velocidades entre 40 mil e 270 mil km/h! A alta velocidade e o atrito do objeto sólido aquecem os gases da atmosfera, mesmo os corpos pequenos conseguimos observar sua entrada, e por isso chamamos esse fenômeno luminoso de Meteoro.

2. CHUVA DE METEOROS


Em determinadas épocas do ano é observado um acréscimo de meteoros que parecem surgir de uma mesma região do céu. Chamamos esse evento de Chuva de Meteoros. “Toda chuva de meteoros parece ter sua origem num ponto particular do céu, denominado radiante” (MOURÃO, 1987).
Startrail Chuva de Meteoros - Eduardo Placido Santiago / EXOSS
Fig. 2 - Startrail Chuva de Meteoros - Eduardo Placido Santiago / EXOSS

Muitas vezes uma chuva de meteoros ocorre quando a Terra intercepta a órbita com os detritos deixados por um cometa que passou pela nossa órbita. Neste caso, os meteoros são pedaços desprendidos dos cometas, e as datas em que estas chuvas de meteoros ocorrem tornam-se previsíveis. Também ocorrem chuvas de meteoros por detritos deixados por asteroides (EXOSS, 2020)[1].

Em uma chuva de meteoros, é medida a taxa horária de meteoro, que é o número de meteoros por hora. Geralmente uma chuva dura mais de um dia, ou seja, no início da atividade é observado um número pequeno de meteoros e aos poucos vai ocorrendo um acréscimo nos meteoros registrados para o radiante, conforme a Terra cruza o caminho dos detritos deixados ali. Em seguida ocorre o pico máximo da atividade, e por fim, o decréscimo na ocorrência dos meteoros visualizados. Desta forma é importante observar o mesmo chuveiro em mais de um dia para poder registrar o fenômeno (como será abordado mais adiante).

O nome das chuvas de meteoros é dado de acordo com a constelação ou estrela em que está o radiante e é definido pela Comissão de Meteoros da IAU - International Astronomical Union.

3. COMO OBSERVAR UMA CHUVA DE METEOROS


Hoje existem várias formas de observar e registrar meteoros, são elas: através de fotografia, vídeo, antenas de rádio, telescópio e a observação visual[2]. Trataremos nesse artigo sobre a observação visual de meteoros, pois é uma atividade disponível a todos, com gastos praticamente zero, prazerosa e gratuita, já que o céu está ali disponível para nosso aprendizado. É nosso laboratório colaborativo.

As dicas descritas aqui são citações de conselhos e instruções publicadas em Mourão (2004), Boletim Observe! do NEOA “José Brazilício de Souza”[3] - NEOA JBS , International Meteor Organization - IMO[4]  e American Meteor Society - AMS[5].

3.1 Métodos de observação e registros


Entre os métodos de coleta de dados propostos pela IMO[6], o Núcleo de Enxames da Comissão de Meteoros usará o método de contagem de meteoros. Como o próprio nome diz, iremos “contar” o número de meteoros visualizados nos radiantes ativos, assim como meteoros do antélio e esporádicos. Para uma maior precisão é recomendado observar o radiante um dia antes, durante e um dia depois do pico máximo, como tudo está em movimento, pode ocorrer de uma atividade ser observada com maior intensidade em um dia que não é considerado com máxima atividade.

A taxa horária zenital - THZ de um radiante varia com sua altura no céu, radiantes próximos ao zênite (ponto no céu em cima de nossa cabeça) tem uma THZ máxima. Radiantes com alturas que variam entre o horizonte e o zênite tem valores diferentes, quanto mais próximo do horizonte menor é atividade observada de meteoros. Essa posição varia com a latitude do observador.

Vamos coletar o valor da magnitude dos meteoros registrados e, para termos precisão no registro, é importante gravar a magnitude de estrelas próximas ao radiante ou estrelas conhecidas. Elas serão nossas referências. Os mapas do céu disponibilizados pelo Núcleo de Enxames trarão como referência o valor da magnitude de algumas estrelas.

Neste primeiro momento as contagens devem ser organizadas de forma sequência, como demonstrado na Figura 3.

Para auxiliar nas anotações será fornecido um formulário de campo e um mapa do céu no site[7] da comissão para cada campanha com instruções de preenchimento do formulário de campo.

Fig. 3 - Formulário de observação de campo - Comissão de Meteoros / Núcleo de Enxames

3.2 Observação de meteoros para observadores iniciantes


O check-list abaixo é um guia para uma boa sessão de observação.

De preferência, procure um local no interior da sua cidade, afastado das luzes poluentes da cidade;
Para auxiliar nas anotações, tenha em mãos um lápis e uma prancheta;
O local de observação deve ter um horizonte disponível, sem barreiras visuais ou casas distantes com luzes acesas;
Quanto mais escuro for, melhor será adaptação dos nossos olhos, possibilitando ver mais estrelas e meteoros com o brilho menor;
Evite luzes do carro e celular;
Leve uma lanterna com luz vermelha. Ela ajudará iluminar o local e as folhas de anotação;
Tenha uma cadeira confortável;
Esteja agasalhado, as madrugadas são úmidas e frias, até mesmo em dias mais quentes;
Leve alimento e bebida;
Identifique a posição do radiante no céu;
Esteja sempre atento! A velocidade com que os meteoros se acendem e se apagam é rápida, muitos não chegam a brilhar mais do que um segundo;
Conte o número de meteoros pertencentes ao radiante. Meteoros que não pertencem ao radiante classifique como esporádico;
Organize as suas contagens em intervalos como mencionado acima;
Anote outras informações relevantes, por exemplo, condições climáticas (indique também o horário que isso aconteceu, barreiras visuais, período de pausa na observação, magnitude limite das estrelas;
Se a região do radiante estiver encoberta por uma nuvem, observe a região mais próxima e anote o horário e o local do céu que você observou;
Dedique pelo menos uma hora efetiva de observação.

3.3 Observação de meteoros para observadores experientes


Para os observadores experientes, seguir as instruções acima e realizar a contagem de meteoros e estimativa de brilho por radiante registrado. Como já mencionado, será fornecido mapa do céu com a magnitude de estrelas selecionadas. No mapa aparecerão círculos que indicam a posição dos radiantes ativos com as abreviaturas padrão da Comissão de Meteoros da IAU - International Astronomical Union[8]. Ao observar um meteoro, identifique seu possível radiante, estime o brilho com base nas estrelas de comparação. Além do lápis e a prancheta, uma maneira de otimizar o registro é usar um gravador de voz e transcrever suas observações após a sessão.

3.4 Pertence ou não pertence ao radiante


Como definir se um meteoro pertence a um determinado radiante? Os meteoros podem ser visto em qualquer região do céu, o que devemos avaliar é a direção do movimento, sua trajetória vai apontar diretamente para o radiante. Se um meteoro não aponta para nenhum radiante ativo, ele é classificado como esporádico.

4. RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO


Para muitos, esse exercício de registro de uma sessão de observação será a primeira vez, aos poucos vamos aperfeiçoar nossas técnicas. Para o momento, foi criado um formulário no Google Forms e que estará disponível no site da Comissão de Meteoros (https://uba-meteoros.blogspot.com/) e dentro das publicações das campanhas. Lá teremos todas as instruções para registro de suas observações: Radiante observado, nome e contato do observador, sítio de observação, registro dos meteoros para cada radiante ativo naquela sessão e comentários gerais. Nos próximos artigos abordaremos como proceder para a publicação no banco de dados da IMO

5. CONCLUSÃO


Teremos muito aprendizado pela frente, aproveite as próximas chuvas de meteoros para praticar. Serão ótimas oportunidades para conhecer os céu, as principais estrelas e entender como os meteoros riscam o céu e são projetados de seus respectivos radiantes.
Convide seus amigos, familiares ou seus colegas do clube de astronomia, uma noite de observação em grupo é muito mais divertida do que ficar sozinho.
Agradecimentos especiais ao Alexandre Amorim (NEOA-JBS), Camila Vitoria Kesler Dalligna (Apontador de Estrelas) e Luciana Fontes (EXOSS).
Bons céus a todos.

REFERÊNCIAS


MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.

MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Manual do astrônomo: uma introdução à astronomia observacional e à construção de telescópios. 6. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.

[1] EXOSS - Exploring the Southern Sky. Chuva de Meteoros. Disponível em http://press.exoss.org/Glossario/chuva-de-meteoros-2/. Acesso 01 de julho de 2020.

[2] IMO - International Meteor Organization. Observations. Disponível em https://www.imo.net/observations/. Acesso 02 de julho de 2020.

[3] Boletim Observe! Os meteoros eta-Aquarídeos. Ano II. Número 5. Maio de 2011, p. 80. Disponível em https://www.geocities.ws/costeira1/neoa/. Acesso 01 de julho de 2020. 

[4] _______. Visual Observations. Disponível em https://www.imo.net/observations/methods/visual-observation/. Acesso em 01 de julho de 2020.

[5] AMS - American Meteor Society. Visual Observing. Disponível em https://www.amsmeteors.org/ams-programs/visual-observing/. Acesso 02 de julho de 2020.

[6] IMO - International Meteor Organization. Filling a Report. Disponível em https://www.imo.net/observations/methods/visual-observation/major/report/. Acesso 02 de julho de 2020.

[7] Comissão de Meteoros. Núcleo de Enxames. uba-meteoros.blogspot.com

[8] Comissão de Meteoros da IAU. Disponível em https://www.ta3.sk/IAUC22DB/MDC2007/. Acesso 03 de julho de 2020.

“Sempre passe adiante o que você aprendeu” - Mestre Yoda / Star Wars

domingo, 17 de janeiro de 2021

Boletim Ouranos 2020



Em 2020 após a retomada das atividades da União Brasileira de Astronomia, o tradicional Boletim Ouranos voltou a ser publicado com artigos das comissões e seus associados.

Não leu ainda? Então acesse esse link http://acervoastronomico.org/uba-ano-50 para acesso ao Boletim nº 1 e 2.

O Núcleo de Enxames, através da Comissão de Meteoros publicou dois artigos, o primeiro auxilia o leitor na observação de chuva de meteoros, esse artigo encontra-se nas páginas 11 a 16. O segunda artigo trás para o leitor material para auxílio na observação e registro de meteoros, os artigos estão publicados nas páginas 12 a 15.

Boa leitura a todos/as.

domingo, 10 de janeiro de 2021

Calendário da Comissão de Meteoros 2021

Calendário das Chuvas de Meteoros visuais em 2021 elaborado pela Comissão de Meteoros. Usamos como referência os dados de observação da International Meteor Organization - IMO e o Anuário Catarinense de Astronomia 2021 do amigo Alexandre Amorim (Comissão de Cometas).

A versão para impressão encontra-se disponível aqui.

Os arquivos digitais estão abaixo.
















segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Chuvas de meteoros visuais em 2021

Meteoro Geminídeo registrado em Chapecó - SC. Foto: Diego de Bastiani
Meteoro Geminídeos registrado em Chapecó - SC no dia 12 de dezembro de 2020. Foto: Diego de Bastiani


Em 2020 com o agravamento da pandemia as pessoas permaneceram isoladas e até mesmo retiradas das cidades, buscando proteção contra o coronavírus. Os mais espertos aproveitaram para desvendar e aprender ainda mais sobre a astronomia. Pelo menos no ano que passou, os céus aliviaram a tensão de estarmos isolados. Muitas relatos disponíveis nas redes e perfis de divulgação em astronomia era possível perceber que as pessoas realmente buscaram mais informações para poder observar o céu.

Em 2021 não vai ser diferente. Ao longo do ano teremos muitos eventos astronômicos (você pode saber mais aqui), com belas conjunções, eclipse lunar e chuvas de meteoros.

Anualmente a International Meteor Organization - IMO (Organização Internacional de Meteoros) divulga calendário anual com chuva de meteoros visuais. Confira abaixo a lista com as chuvas de meteoros, data e atividade para 2021.

CHUVA DE METEOROS VISUAIS 2021

CHUVEIRO

ATIVIDADE

MÁXIMO

THZ

Antélio (ANT)

10 dez – 10 set

Março-abril, final de maio e junho

4

Quadrantídeos (010 QUA)

28 dez – 12 jan

03 jan

110

Gama Ursa Menorídeos (404 GUM)

10 – 22 jan

19 jan

3

Alfa Centaurídeos (102 ACE)

31 jan – 20/fev

08 fev

6

Gama Normídeos (118 GNO)

25 fev – 28 mar

14 mar

6

Lirídeos (006 LYR)

14 – 30 abr

22 abr

18

Pi Pupídeos (137 PPU)

15 – 28 abr

23 abri

Var

Eta Aquarídeos (031 ETA)

19 abr – 28 mai

05 mai

50

Eta Lirídeos (145 ELY)

03 – 14 mai

08 mai

3

Arietídeos (171 ARI)

14 mai– 24 jun

07 jun

30

Bootídeos de Junho (170 JBO)

22 jun – jul

27 jun

Var

Piscis Austrinídeos (183 PAU)

15 jul – 10 ago

29 jul

5

Delta Aquarídeos do Sul (005 SDA)

12 jul – 23 ago

30 jul

25

Alfa Capricornídeos (001 CAP)

03 jul – 15 ago

30 jul

5

Perseídeos (007 PER)

17 jul – 24 ago

12 ago

100

Kapa Cignídeos (012 KCG)

03 – 25 ago

17 ago

3

Aurigídeos (206 AUR)

28 ago – 05 set

01 set

6

Épsilon Perseídeos de Setembro (208 SPE)

05 jul – 21 set

09 set

5

Sextanídeos (221 DSX)

09 set – 09 out

27 set

5

Camelopardalídeos de Outubro (281 OCT)

05 – 06 out

05 out

5

Draconídeos (009 DRA)

06 – 10 out

08 out

10

Taurídeos do Sul (002 STA)

10 set – 20 nov

10 out

5

Delta Aurigídeos (224 DAU)

10 – 18 out

11 out

2

Épsilon Geminídeos (023 EGE)

14 – 27 out

11 out

3

Orionídeos (008 ORI)

02 out – 07 nov

21 out

20

Leonis Minorídeos (022 LMI)

19 – 27 out

24 out

2

Taurídeos do Norte (017 NTA)

20 out – 10 dez

12 nov

5

Leonídeos (013 LEO)

06 out – 30 nov

12 nov

10

Alfa Monocerotídeos (246 AMO)

15 – 25 nov

21 nov

Var

Orionídeos de Novembro (250 NOO)

13 nov – 06 dez

28 nov

3

Fenicídeos (254 PHO)

28 nov – 09 dez

02 dez

Var

Pupídeo-Velídeos (301 PUP)

01 – 15 dez

07 dez

10

Monocerotídeos (019 MON)

05 – 20 dez

09 dez

3

Sigma Hidrídeos (016 HYD)

03 – 20 dez

09 dez

7

Geminídeos (004 GEM)

04 – 20 dez

14 dez

150

Coma Berenicídeos (020 COM)

12 – 23 dez

16 dez

3

Leobis Minorídeos de Dezembro (032 DLM)

05 dez – 04 fev

19 dez

5

Ursídeos (015 URS)

17 – 26 dez

22 dez

10


Campanhas observacionais 2021

A coordenação da UBA junto a Comissão de Meteoros planejaram três campanhas de observação e registro de meteoros em 2021. Os radiantes escolhidos são:

  • Lirídeos - máxima atividade: 22 de abril
  • Perseídeos - máxima atividade: 12 de agosto
  • Geminídeos - máxima atividade: 14 de dezembro
Os critérios de escolha dos radiantes levaram a alta intensidade do chuveiro e a menor influência do brilho da Lua.

Maiores informações serão divulgadas no Boletim Ouranos em março/2021.


Fontes:

IMO - International Meteor Organization 

AMORIM, Alexandre. Anuário Astronômico Catarinense 2021. Ed. 1 – Florianópolis: Edição do Autor, 2020.


Diego de Bastiani - Coordenador da Comissão de Meteoros